quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O dom e a responsabilidade

“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens.” (Mt 25:14)
“Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá, porque se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.” (Jo 16:7)
Assim como este homem da parábola, Jesus deixou o nosso mundo e partiu para uma terra distante, chamou e comissionou os seus servos, e entregou-lhes no Pentecostes todos os seus bens através da vinda do Espírito Santo, confiando-lhes a responsabilidade de fazer discípulos de todas as nações.
Uma pergunta central que queremos fazer é esta: Porque Deus nos dá a plenitude do Espírito Santo? Sabemos que a base da santificação é a nossa vontade, é você desejar ardentemente e desesperadamente o Espírito, mas precisamos nos armonizar com o propósito de Deus para a plenitude do Espírito, ou seja, por que queremos o Espírito?
Existem motivações diversas no coração das pessoas no que diz respeito a receber a plenitude do Espírito:
- Para simplesmente falar para os outros que recebeu e isto com ar de superioridade;
- Para se sentir melhor e feliz; Não podemos fazer do Espírito Santo uma moda.
- Porque outros estão recebendo;
- Para sentir as manifestações específicas que sempre acompanham o toque do Espírito, como por exemplo: cair no espírito, rir no Senhor, etc. As pessoas convergem toda a experiência no aspecto místico, etc...
Acredito que esta parábola dos talentos é uma das melhores respostas para analisarmos esta pergunta: Porque ou para que Deus nos dá a plenitude do Espírito Santo?
A Plenitude do Espírito Santo é acima de tudo capacitação. E capacitação imbute a responsabildade de desempenhar uma tarefa. Não existe sentido em ser capacitado para nada.
Deus espera que cada um de nós nos levantemos, na plenitude do Espírito Santo, para fazer a obra dele.
A maior incoerência é um crente cheio do Espírito e alheio à tarefa que Deus tem para ele.
Antes do pentecostes, Jesus deu a tarefa: fazer discípulos de todas as nações. Quando os discípulos receberam esta tarefa, talvez tenham, a princípio, até desanimado em virtude da dimensão do desafio que isto representa.
Quando o pentecostes veio, só aí eles puderam se alinhar com a real possibilidade de cumprir esta grande comissão.
E de fato, a igreja precisa conscientizar-se que jamais cumprirá a grande comissão se não for através da plenitude do Espírito Santo.
São duas coisas complementares que precisam ser mutuamente focalizadas:
O Espírito Santo e a tarefa, o dom e a responsabilidade, a capacitação e o serviço.
Fazer a tarefa sem o Espírito Santo será um fardo estressante, e ter o Espírito Santo sem focalizar a tarefa, será uma experiência passageira seguida de muita frustração.
· Um aspecto central desta parábola é que aquele homem chamou os seus servos.
A chave para você ouvir este chamado é ser um servo. Se você não é um servo, provavelmente não terá tempo para ouvir o chamado de Deus. Você estará ocupado e preocupado com muitas outras coisas.
Este chamado é essencialmente um chamado à comunhão e à responsabilidade que nos cabe.
· Uma outra coisa é que sempre quando Deus nos chama, Ele vai nos dar algo: “entregou-lhes os seus bens”. (1 Talento = 6.000 denários)
Se você tem a plenitude do Espírito, você tem todos os recursos e dons para fazer tudo o que Deus está te mandando fazer. Ou seja, Deus vai te dar muito. O homem que supostamente recebeu pouco por ter recebido menos, na verdade, recebeu recursos para viver 16,5 anos.
Precisamos ter consciência disto, da herança que nos cabe.
Em Efésios Paulo expressa isto da seguinte maneira:
“...para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós...” (Ef 1:18,19)
Deus é dono de todos os recursos, ele é o dono do ouro e da prata, e ele vai nos dar estas riquezas, de maneira espiritual e material, mas com o propósito de realizarmos nossa tarefa.
· Um princípio fundamental e elementar aqui é que: Junto com os bens, Deus nos entrega a responsabilidade.

Em virtude disto, vamos analisar três pontos fundamentais desta parábola:

1) A nossa tarefa.
Distinga a responsabilidade que você tem recebido junto com o dom. Dom e responsabilidade são inseparáveis.
A questão maior não é o quanto nós recebemos, mas o quanto nós negociamos.

Receber de Deus é fundamental, mas dar, ministrar, exercitar o que recebemos é a grande chave para continuar recebendo.

“Dá e dar-se-vos-á, medida recalcada, transbordante e sacudida...” O mundo espiritual só funciona assim.
Não poucas pessoas perdem o mover do Espírito, simplesmente porque abandonaram ou nem mesmo se importaram com a tarefa que vem nos mesmo pacote do dom de Deus.
A fidelidade aumenta nossa capacidade. Isto é tão importante que Jesus nivelou a situação radicalmente: ou é tudo ou é nada: “Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.” (Mt 25:28)

2) Deus pede contas:
“E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.” (Mt 25:20)
O fato de Deus pedir contas não pode ser generalizado em algo negativo e apavorante para todos. Quando se fala em Deus pedir contas a maioria das pessoas ficam com medo.
Precisamos nos envolver no serviço que Deus tem para nós de tal maneira que vamos ansiar pelo dia em que Deus vai nos pedir conta.
Sempre chegará o dia em que Deus irá nos retribuir com sua justiça e generosidade, e isto a despeito de quão injusto seja este mundo.
O dia do acerto de contas é quando podemos ver, simultaneamente, algumas pessoas dando grandes saltos, tendo seus ministérios multiplicados, mas em contrapartida vemos outras perdendo espaço e muitas vezes perdendo tudo.
Este é um princípio chave do juizo de Deus: “Ao que tem será dado e ao que não tem, até o que tem lhe será tirado”.
Aqui podemos entender porque tanta coisa fica em cima de tão poucas pessoas.
É fundamental, como Paulo disse, julgarmos a nós mesmos. Precisamos refletir se estamos sendo irresponsáveis com algo que Deus nos confiou.
Deus dá a todos a oportunidade de crescer, até às pessoas que se mostram pouco responsáveis.
Precisamos investir na nossa confiabildade. Se você fosse Deus, você confiaria em você!
Não podemos fugir desta realidade: o dia de prestar contas pode tardar, mas ele chega quando você menos espera, tanto quanto você está sendo negligente.

3) O gozo do Senhor é fruto de responsabilidades cumpridas:
“...bem está servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” (Mt 25:21)
O fluir do gozo do Espírito Santo é o atestado que estamos mantendo a plenitude do Espírito e consumando toda vontade de Deus.
Como posso saber que estou fazendo o trabalho que Deus tem para mim em plenitude? Através do gozo do Espírito Santo.
Se não temos o gozo do Espírito Santo, alguma coisa deve estar errada nas nossas vidas ou com o nosso coração.
Esta posição de entrar no gozo do Senhor é tão fundamental para nós que o inimigo concentrou todas as obras da carne para camuflar e nos levar a ignorar este gozo. O gozo transitório do pecado, os pseudo prazeres da carne, são manipulados pelo inimigo de forma a privar as pessoas do gozo do Espírito.
É muito importante deixarmos que nossa frustração nos guie aqueles pontos de negligencia e irresponsabilidade. A ausência de gozo espiritual indica muitas vezes o quão infiel e negligente estamos sendo para com Deus.
Só cumprindo vigilantemente a vontade de Deus é que vamos entrar neste gozo.

Acredito que não poucas pessoas tem frustrado o batismo com o Espírito Santo e hoje estão sofrendo em trevas por terem sido negligentes em manter a postura de uma testemunha do poder do Evangelho!
Mas, é nos reposicionando diante da responsabildade é que o dom é avivado, é encarando responsavelmente a tarefa a ser feita, que o Espírito vem e capacita. Não podemos parar de fazer o que Deus nos mandou!
Este é o princípio em questão: Continuar a fazer para continuar a receber.

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